O Parque Tecnológico da UFRJ realizou nesta quinta-feira, 7 de julho, o último dos quatro debates que irão nortear a construção do Planejamento Estratégico da instituição para os próximos 30 anos. O evento convidou Suzana Kahn, professora da Coppe e coordenadora do Fundo Verde da UFRJ, Edmar de Almeida, professor do Instituto de Economia da UFRJ e Jorge Soto, diretor de Desenvolvimento Sustentável da Braskem, para debaterem o tema “Economia de baixo carbono: as energias do futuro e os desafios das cidades”. Os palestrantes foram unanimes em apontar como futuro das energias renováveis o desenvolvimento de novos materiais, sejam eles biológicos ou não, e o desenvolvimento de novas tecnologias de sensoriamento que possam monitorar e reduzir desperdícios.
Suzana fez uma breve contextualização sobre as mudanças climáticas globais que estão sendo observadas por cientistas nos últimos anos, na maior parte causadas pela ação do homem, e as negociações internacionais que visam frear o aumento da temperatura do planeta. A principal mensagem da Cop 21, último desses encontros, foi a necessidade de estabilizar as emissões de gás carbônico para atingir a meta de não ultrapassar dois graus de aquecimento da Terra. Para isso, descarbonizar a geração de energia é essencial, já que quase 80% da energia do mundo vem de fontes fósseis. Segundo a professora, o potencial de crescimento de fontes como a solar e a eólica é alto já que a eficiência dessas fontes vem aumentando e o custo diminuindo. Suzana também citou a importância do investimento na questão comportamental para a redução da emissão de CO2, através da economia colaborativa, e da criação de uma legislação que propicie um ambiente favorável à implementação de alternativas de baixo carbono.
Em sua palestra, o professor Edmar apontou que o uso de novas fontes de energia exige uma adaptação estrutural à nova realidade. Segundo ele, o setor elétrico ainda não está preparado para lidar com um cenário de crescimento do uso de veículos elétricos, por exemplo. A participação de fontes de energia renováveis na matriz elétrica global cresce, mas a transição para essa nova realidade é um processo lento. Em países pouco desenvolvidos, as fontes de energia fósseis ainda devem crescer bastante e em países desenvolvidos a tendência é buscar a estabilização. Jorge Soto apresentou uma visão empresarial sobre a economia de baixo carbono e mostrou os objetivos da Braskem na área de sustentabilidade, como aumento das eficiências hídrica e energética e a utilização de recursos renováveis. Para ele, o desenvolvimento sustentável é a única escolha das empresas. O palestrante fez a sugestão de que as companhias busquem identificar como podem contribuir para os objetivos globais de desenvolvimento sustentável, construindo dessa forma uma agenda positiva na área.
Após as apresentações, os palestrantes responderam a perguntas do público presente, composto por representantes de empresas residentes do Parque e membros da comunidade acadêmica da UFRJ. No debate, os três foram unanimes em apontar como futuro das energias renováveis o desenvolvimento de novos materiais, sejam eles biológicos ou não, e o desenvolvimento de novas tecnologias de sensoriamento que possam monitorar e reduzir desperdícios.