
No Brasil, a coleta ocorreu em diferentes locais do Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná. Na Índia, as amostras foram obtidas de quatro cidades diferentes dos estados de Andra Pradexe e Telanganá. Foto: Raphael Pizzino (SGCOM/UFRJ)
A união de cientistas brasileiros e indianos em uma pesquisa trouxe como resultado o desenvolvimento de um método de detecção de análise de águas residuais que antecipa em meses ondas epidêmicas. Assim, é possível evitar a formação de pandemias que afetam vidas e a economia no mundo todo.
O estudo foi publicado no início de janeiro pela Science of the Total Environment, publicação internacional multidisciplinar de ciências naturais voltada para pesquisas inovadoras. Nele, foi possível observar que o material genético Delta e Ômicron do Sars-CoV-2 foi detectado em rios da cidade do Rio de Janeiro muito antes dos primeiros casos dessas variantes serem revelados em pacientes no Brasil.
A tecnologia utilizada tem como objetivo identificar a sequência genômica dos vírus presentes em águas coletadas de rios, lagos e esgotos. Por isso, o monitoramento de mananciais e esgoto se mostra promissor para a detecção precoce de variantes emergentes, como a Delta e Ômicron, que impulsionam ondas pandêmicas. Essa abordagem pode oferecer uma vantagem preventiva em relação aos relatórios de amostras clínicas, conforme descrito no artigo.
“O trabalho desenvolvido é de grande importância estratégica. Quando há propagação de um vírus no ambiente, seja o da covid ou de uma gripe, existem indivíduos assintomáticos. Mesmo que a maioria das pessoas não manifeste a doença, elas eliminam partículas virais na urina e nas fezes que vão parar nas redes de saneamento ou águas residuais”, informou um dos autores do artigo, o professor Fabiano Thompson, do Laboratório de Microbiologia do Instituto de Biologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
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